terça-feira, 30 de março de 2010

Resiliência (Vídeo)

Alteração de trajectórias de vida desfavoráveis (Síntese)

Um contexto emocional seguro gera qualidade de aprendizagem e do desenvolvimento, o contrário também é decisivo para as crianças em situação de adversidade: pobreza, doença mental dos progenitores, ausência de cuidados essenciais, a negligências e os maus tratos, entre todos. A vivência de uma situação de risco afecta inevitavelmente o processo desenvolvimental podendo comprometer a aquisição de importantes recursos psicológicos do ponto de vista cognitivo, emocional e social (Cowan,Cowen e Schulz,1996, citado em Matos, P.2007: 57).

Os factores protectores compensatórios ou desafiantes podem alterar os factores desfavoráveis ( Garmezy, Masten e Tellegen, 1984). Trajectórias semelhantes podem conduzir a resultados diversos, assim com trajectórias diversas podem conduzir a resultados semelhantes - princípio da equifinalidade. Neste sentido a resiliência é considerada como um processo dinâmico que permite que os indivíduos sejam capazes de obter bons resultados desenvolvimentais em face da adversidade (Luthar, Cicchetti e Becker, 2000). Por exemplo, a relação de apoio emocional com um professor pode facilitar a crianças com dificuldades de aprendizagem criem e desenvolvam o gosto pela aprendizagem, pela descoberta, pelo novo.

O distúrbio de hiperactividade, de défice de atenção estão associados a dificuldades ao nível de vinculações seguras mais significativas. Os padrões comportamentais de impulsividade e hiperactividade tendem a provocar nos pais e professores respostas emocionais negativas e desfavoráveis para o seu desenvolvimento emocional. A falta de organização, a desatenção, o desleixo, a agitação psicomotora, e outros são entendidos como preguiça ou provocação e não à luz de quadros mais complexos que permitam compreender o comportamento desadaptativo. Ao referirem-se negativamente aos comportamentos dos mesmos, pais e professores não ajudam as crianças a lidarem com as suas dificuldades e com os sentimentos de frustração, fracasso e desilusão que andam associados ao fracasso escolar.

O exemplo das crianças maltratadas (Crittenden, 1988, citado em Matos: 60) chama a atenção para o facto destas crianças que habitualmente são de meios caracterizados pela imprevisibilidade e incontrolabilidade, necessitarem de contextos que lhe permitam experienciar consistências, previsibilidade e um controlo social adequado. Quando a criança cresce numa situação como a descrita, reconhece que “não é merecedora de amor” e isso cria hostilidade entre si e o professor: são crianças distantes e agressivas.

Contribuir para o processo de resiliência de crianças em risco

É importante o papel do professor, o cuidado deve ser colocado ao nível da qualidade das relações entre o professor e o aluno, aquele tem uma figura decisiva para o aluno. O professor posiciona-se como a figura de vinculação alternativa. A disponibilidade dos professores em aceitar o papel de figura de vinculação poderá ajudar as crianças a ultrapassar obstáculos sérios com que se defrontaram no seu desenvolvimento, permitindo-lhe:
- Aprender a confiança básica e a reciprocidade;
-Desenvolver a capacidade de auto-regulação emocional e comportamental;
- Formar uma identidade que inclua um sentido positivo de valor próprio e autonomia; - estabelecer um conjunto de valores morais que derivam da empatia;
- Desenvolver recursos e resiliência que permitam às crianças integrar situações traumáticas anteriores.

Alterações das percepções e comportamentos do grupo de pares
Os professores devem estar atentos aos processos de marginalização pelo grupo de pares dentro e fora da aula - as crianças e os adolescentes são criticados pelos seus pares por ser gordo, magro, pela etnia, pequena deficiência, vestuário, tiques e muitas outras situações. É importante que o professor não tolere comentários agressivos entre os alunos, converse em privado com os alunos sobre a razão e os efeitos do comportamento menos adequado.

Surgem, por vezes, processos de auto-exclusão defensiva de auto-exclusão, situação em que os alunos se marginalizam por não terem competências de relacionamento e não se considerarem merecedores de atenção e cuidados do outro. Estes alunos cresceram normalmente em famílias fechadas ao mundo exterior, não tendo aprendido a autonomia. O jogo é uma forma de integração bem conseguida.

Situações que possam contribuir para a diminuição da auto-estima, resultam da interiorização dos sentimentos positivos desenvolvidos pelos outros. As crianças aprenderam a duvidar do seu valor. Quanto mais se sentirem compreendidas, cuidadas e respeitadas, tanto mais se criam as condições para que aprendam a aceitar-se e a gostar de si próprias. Encorajar estes alunos a definir metas e a observar a sua própria evolução, comparando-se consigo próprios e não com os outros, pode ajudar a aumentar a sua auto-estima. Para tal é importante também que a cultura escolar incentive e premei o esforço e a evolução e se constitua verdadeiramente como um contexto de desenvolvimento.

Situações conflituosas que exigem dos alunos recursos emocionais de que eles não dispõem trazem dificuldades ao processo de regulação emocional. As crianças reagem com estratégias de maximização das emoções, minimização das emoções ou desorganização emocional. A qualidade da sua comunicação verbal e não verbal é de extrema importância na medida em que estas crianças são sensíveis a sinais de rejeição, tendendo a interpretar negativamente as mensagens.


Costa, E. e Matos, P. (2007). Abordagem sistémica do conflito. Lisboa: Universidade Aberta.

As relações interpessoais como contexto, finalidade e recurso (Síntese)

A educação abrange diversos domínios da existência humana e as formas de comunicação que ocorrem no seio da escola não podem esgotar-se obviamente em modelos unidireccionais de transmissão de conhecimentos.

A criança tem de se confrontar com tarefas desenvolvimentais que fazem apelo avarias dimensões:
- dimensões de relações com colegas, professores, funcionários, pais, irmãos, avós e outros – enriquecimento do mundo societal da criança criando oportunidade para a aquisição de novas competências sociais e importantes desafios;
- dimensões de realização (actividades de ensino-aprendizagem nos domínios académicos, desportivos, artísticos, domésticos, de tempos livres e outros; O currículo escolar mobiliza recursos cognitivos e emocionais para dar resposta à meta que os professores pretendem atingir e ser capaz de regular os seus impulsos interesses e necessidades.
- dimensão de construção da identidade (aluno, colega, filho, irmão, neto ou outro – as experiências vividas na interacção com os outros contribuem para a construção da identidade, para a definição de si na relação com o mundo. A criança e o jovem vão experimentando diferentes papéis, articulando e integrando as múltiplas visões e expectativas que os outros lhes devolvem num todo coerente e consistente ao longo do tempo. O potencial desenvolvimental de um contexto educativo da criança é aumentado em função do número de elos de ligação entre esse contexto e os outros em que a criança e os adultos responsáveis por ela participam.

Estas conexões podem tomar diversas formas, designadamente de actividades partilhadas, de comunicação bidireccional e de informação que são transmitidas em cada contexto acerca do outro.

O desenvolvimento emocional e social como objectivo

A hipervalorização e aquisição de um conjunto de saberes disciplinares e de capacidades cognitivas como se não fosse por demais evidente que a natureza múltipla e evolutiva do conhecimento nos impede de aprender num tempo restrito toda a informação disponível.

E esta tendência inscreve-se num projecto social e cultural mais amplo que elege o indivíduo, a independência e o espírito de competição, como algum dos seus valores mais próximos e que importa que seja explicado, discutido e continuamente avaliado relativamente aos efeitos que produz nos indivíduos e nos sistemas em que participam.

Ser capaz de formar e manter relações saudáveis e harmoniosas com os pares, bem como com os professores e outros elementos da Escola é um objectivo que se inscreve num dos quatro pilares da educação contidos no Relatório para a UNESCO – “aprender a viver junto, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as actividades humanas” (Delors, 1996:77).

A relação é uma aprendizagem com:
-oportunidades de reflexão;
- narrativas socialmente dominantes – através de projectos.

As relações como potencializadoras de recursos emocionais

Os alunos que se sentem-se emocionalmente apoiados apresentam melhor auto-estima, têm mais motivação e empatia, fazem mais interacções parassociais, desenvolvem estratégias mais construtivas de resolução de problemas sociais e conflitos, referem que gostam mais da escola. Este sentimento de apoio, ou a sua ausência, tem efeitos positivos na expectativa positiva e efeitos negativos na expectativa negativa.

A qualidade das relações professor – aluno está associada a: 1- envolvimento na aprendizagem; 2- motivação e auto-estima; 3- atitudes de envolvimento com os objectivos da escola; 4- comportamento entre colegas e destes com o professor.

Importância das relações para os Professores

- As relações interpessoais são fontes de importante motivação;
- As boas relações com os professores motivam os alunos;
- Os conflitos acarretam stress para os professores (carga emocional);
- Ambiente organizacional com sentido de comunidade é estimulante para professores, alunos e restante comunidade. Uma estratégia colaborativa entre professores permite aumentar a corresponsabilização na transformação de sequências interactivas menos adaptativas.

Costa, E. e Matos, P. (2007). Abordagem sistémica do conflito. Lisboa: Universidade Aberta.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Proposta para um novo padrão relacional - Síntese

Grande parte da nossa vida decorre das interacções com outros indivíduos. Quando não há esses contactos sociais, surgem problemas psiquiátricos tais como dependência psicoactiva, alcoolismo, depressão episódica, infelicidade e não realização. A ausência prolongada de relações satisfatórias está associada a doença física, stress crónico e tendência ao suicídio. Inteligência social, sensibilidade, empatia, desenvolvimento interpessoal, assertividade são termos usados por vezes com diferentes significados. Propõem-se perfis de alunos e de professores idealizados onde se valorizam a boa comunicação, o controle emocional, a mente criativa e aberta, a facilidade de trabalhar em equipa, a capacidade para conhecer os outros, a promoção de elogios e feedback, a liderança de forma construtiva, etc. Estes conceitos provem de “uma nova mentalidade cultural, descrita em termos de paradigmas alternativos que agregam valores, práticas e propostas associados a uma visão crítica das antigas formas de convivência nos diversos sectores da actividade humana” (Prette, 2007: 213).

O estudo sistémico das interacções sociais iniciou-se na Psicologia com o interesse dos estudos de Charles Darwin (Evolução das espécies, 1985). O homem é uma das espécies mais evoluídas ao longo da sucessão evolutiva e está sempre a aprender a adaptar-se às condições favoráveis e a modificar as que lhe são desfavoráveis. Kiesler, citado nesta obra, argumenta que o ser humano possui uma propensão intrínseca para a vida social e que tal propensão teve um papel muito importante na sobrevivência das espécies.

Ao longo da evolução, a sobrevivência foi feita pela relação com o outro, na procriação, no cuidado com os filhos, na preparação destes para a vida, e na divisão das tarefas. As formas básicas de relacionamento seriam competências biologicamente preparadas, módulos complexos de padrões cognitivos, emotivos e comportamentais para responder a necessidades internas ou externas de relacionamento interpessoal. As competências primitivas foram as reacções de ataque, agressão, comportamento anti-social e a ansiedade. As competências desenvolvidas ao longo da sua evolução são a capacidade de cuidar dos filhos e dos demais quando estavam sob ameaça. Estas capacidades foram dadas, em culturas mais elaboradas, através das práticas religiosas, do trabalho colectivo e da educação estética.

Ao deparar-se com o outro, o indivíduo é capaz de percebê-lo como algo ameaçador ou como fonte de satisfação. Trower, citado nesta obra, defende que os indivíduos desenvolvem um esquema interpessoal que desempenha um papel importante na produção do comportamento social. Trata-se de uma estrutura geral de conhecimento baseado nas interacções prévias que contém as informações relevantes para a manutenção das relações interpessoais, para guiar a percepção selectiva dos estímulos sociais e a auto-apresentação do indivíduo. O conceito central desta teoria, a de apresentação da self refere-se às projecções ligadas ao desempenho social que actuam na formação da auto-imagem: cada pessoa tem como objectivo causar boa impressão na relação com o outro, quando o indivíduo tem dúvida ou isto não acontece pode desenvolver-se ansiedade social.

A auto-apresentação do self varia com as situações sociais. Quanto mais flexível for o indivíduo, maior probabilidade existe de manter relações sociais saudáveis. Quanto mais ameaçadora a vida em sociedade maiores competências primitivas, que segundo este autor, são geneticamente determinadas, como a agressividade são desenvolvidas. Quando são generalizadas em termos colectivos dão origem a psicopatologia social ou psicopatologia da vida quotidiana que pode levar a uma situação de anomia (desrespeito pelas normas, pela leis) que é frequentemente combatida com normas severas e punições que geram ainda mais violência.

Inspirados na teoria de Trower sobre estas competências e reinterpretando-as de novos paradigmas e à luz de uma significação simbólica, dotada pelas antigas filosofias de conduta, propõe-se uma análise dos elementos que supomos importantes para um relacionamento saudável e apropriado na sociedade actual. Estas envolvem três elementos fundamentais: interdependência, aceitação e solidariedade. Estes interpenetrando-se desenvolvem valores. Apresentaremos mais tarde uma clarificação de cada um destes conceitos.


PRETTE, A e PRETTE, Z. (2007). Psicologia das relações Interpessoais Vivência Para o Trabalho em Grupo. SP Brasil: Petrópolis.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Eis-me

Eis-me
Tendo-me despido de todos os meus mantos
tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses
Para ficar sozinha ante o silêncio
Ante o silêncio e o esplendor da tua face

Mas tu és de todos os ausentes o ausente
Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca
O meu coração desce as escadas do tempo
(em que moras

E o teu encontro
São planícies e planícies de silêncio

Escura é a noite
Escura e transparente
Mas o teu rosto está para além do tempo opaco
E eu não habito os jardins do teu silêncio
Porque tu és de todos os ausentes o ausente

Sophia de Mello Breyner Andresen

Relações Interpessoais: explicação sistémica

Sistema pode ser entendido como uma combinação ordenada de partes que se integram para produzir um resultado. A visão sistémica é uma tentativa de compreensão das diferentes partes de um sistema ou subsistema e entre sistemas entre si. Um sistema supõe-se possuir autonomia, mas pode ser componente de sistemas mais amplos. A decomposição ou recomposição de sistemas depende da lupa do observador.
Como acontecia na visão linear, a decomposição do sistema em subsistemas não altera as premissas iniciais, não há assim contradição. Não há dicotomia entre os dois modelos, existe conciliação entre eles.

As limitações do experimentalismo laboratorial, em Psicologia Social prendem-se com: hipersimplificação do ambiente laboratorial; a incerteza do sujeito face à possibilidade de interpretação; a relação atemporal entre os sujeitos e entre estes e o investigador. Estas limitações configuram artificialidade e trazem objecções por parte dos interessados na investigação.

A teoria sistémica transporta para as relações interpessoais a decomposição do desempenho social em diversos níveis de habilidades (molares ou amplas e moleculares ou restritas), supondo-as em contínuo, faz sentido se entendermos o desempenho como conjunto de subsistemas do indivíduo integrados no seu ambiente. Este ambiente não se refere apenas a situações específicas, mas também a contextos como família, escola, sociedade, cultura e outros.

Qualquer programa que vise o desenvolvimento de habilidades sociais, de remediação ou de prevenção, deve possibilitar ao participante a compreensão das suas dificuldades interpessoais. As pessoas-chave nas suas vidas seriam então reconstruídas no ambiente terapêutico a partir da percepção do utente.

Os riscos do pensamento linear, em terapêutica, é o de tornar o outro como responsável pelas dificuldades do doente que apresenta a queixa e daqui supor que cabe ao processo desenvolver habilidades deste para lidar com aquele. Focalizar o processo terapêutico em apenas um dos pólos, desconsiderando a relação existente entre subsistemas, leva ao risco de ceder à armadilha da lógica da organização sócio-capitalista, que é preparar um para vencer o outro. Não há nesta linha de pensamento a possibilidade da terapia desenvolver habilidades sem usar o poder coercivo e de prover recursos saudáveis, com relações igualitárias, fraternas e amistosas. Em teoria sistémica cliente e suas relações (pai, mãe ou outros) seriam integrados em sistemas mais amplos, reconhecendo-se que alterações positivas são geradoras de feedback para o próprio e produzem mudanças em outros subsistemas.

Se se tomar os factores intra-individuais cognições e emoção, ambos se afectam e afectam o modo como a pessoa reage aos estímulos do ambiente (pode ser o comportamento do outro indivíduo) caracterizando-se como subsistema. Para entender uma parte, por exemplo, a emoção, é preciso entender de forma ampla outro subsistema, por exemplo a família. Os subsistemas articulam-se entre si, a menos que surja os chamados pontos de alavancagem – especificidades do sistema. A tríade pensamento - sentimento – acção pode ser considerada como subsistema do sistema humano. Qualquer processo terapêutico ou educacional tem que ter em conta a articulação entre esses subsistemas e a possibilidade de identificação de pontos de alavancagem em pelo menos um deles.

Os sistemas humanos são determinados pela forma como os componentes se relacionam entre si, conferindo-lhe estrutura. As estruturas distinguem-se pelas suas dinâmicas próprias (relações, normas e regras). A mesma realidade pode ser percebida de modos diferentes em diferentes momentos e por diferentes pessoas. Isto implica a subjectividade. A realidade pode ser objectiva, mas a percepção desta é sempre subjectiva.

Concluímos a análise e a síntese das habilidades sociais, a identificação da procura dos contextos e formulação de propostas de métodos de vivência, como instrumentos dos subsistemas emoção, sentimento e comportamento, numa panorâmica de habilidades sociais sob a perspectiva sistémica.



PRETTE, A e PRETTE, Z. (2007). Psicologia das relações Interpessoais Vivência Para o Trabalho em Grupo. SP Brasil: Petrópolis.

Relações Interpessoais: explicação linear

As teorias das habilidades sociais e das relações interpessoais possuem uma história sob a perspectiva linear, raramente se encontram propostas de investigação na visão sistémica.

Teoria linear

Nesta perspectiva as explicações são as de causa-efeito. São considerados os eventos internos vontade, desejo, consciência e outros. A nossa maneira de agir é afectada pelas variáveis do ambiente (físicas, sociais e culturais) e por variáveis intra-individuais (crenças, percepções, sentimentos). As reacções dos indivíduos cruzam determinantes endógenas e exógenas.

A síntese entre as duas explicações foram o objecto de estudo de Ellis, em Psicologia Clínica Psicanalítica, tendo desenvolvido a Terapia Racional – Emotiva. Este investigador considerou a importância das variáveis ambientais sobre o comportamento, quer na base dos problemas, quer na base das soluções de melhoria – criando a Terapia Racional Emotivo-Comparativa.

Esta forma de pensamento trouxe um avanço significativo ao mundo da mecânica industrial, então poderia produzir os mesmos efeitos nos seres vivos. Há a intenção de dividir e criar novas disciplinas que tenham por objecto estes estudos. Tanto a Filosofia como a Biologia, a Psicologia, a Psicanálise, a Sociologia, a Etologia, a Psicobiologia; a Sociobiologia e a Neuropsiologia trouxeram informação relevante sobre o funcionamento dos organismos em geral e do Homem em particular. Estes estudos tornaram a Psicologia e a Psiquiatria como ciências aplicadas. Foi um momento de abandono de velhas teorias e assimilação do discurso científico.

Estes estudos acontecem assim em multidisciplinaridade (várias disciplinas estudam o mesmo objecto), em interdisciplinaridade (diálogo entre investigadores com diferentes formações) e preconizando numa fase posterior a transdisciplinaridade – abolição entre as fronteiras das disciplinas e a cooperação entre os investigadores. O conhecimento transita de uma disciplina para outra com vista ao enriquecimento do conhecimento. Numa fase utópica seria abolido o conceito de disciplina.

Não tendo respondido a todos os problemas, muito se deve ao progresso trazido à comunidade científica com a visão linear.

PRETTE, A e PRETTE, Z. (2007). Psicologia das relações Interpessoais Vivência Para o Trabalho em Grupo. SP Brasil: Petrópolis.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Inteligência Emocional (em vídeo)

Psicologia das Relações Interpessoais

Uma síntese …

Na psicologia clínica encontram-se estudos das Relações Interpessoais nos diferentes referenciais: comportamentalista, cognitivista, psicodinâmica, as denominadas humanistas com base em Rogers e Maslow e, mais recentemente, no referencial transpessoal. Também as novas abordagens terapêuticas de inspiração holística empenham-se na produção de novas relações entre as pessoas.
Estas orientações tomam algumas das dificuldades interpessoais tais como depressões, neuroses existenciais ou desordens do pensamento, como decorrentes intra-individuais.

O eixo central deste campo do conhecimento é dos problemas interpessoais, não deixando de considerar outras como a ansiedade, a percepção e a cognição. Historicamente, registam-se dois grandes movimentos na Psicologia: o Treinamento Assertivo (nos EUA) e o Treinamento de Habilidades Sociais (THS) este com inicio em Inglaterra.

Estes dois movimentos estão a conhecer resultados muito positivos na aplicação clínica e, em especial, na investigação teórica, com grandes avanços do ramo científico. Os problemas até agora tratados prendiam-se com a timidez, fobia social, depressão, esquizofrenia. Actualmente a investigação constrói teoria nos campos de Psicologia do Desenvolvimento, Comportamento Social, na Linguagem e na Resiliência.

Estão a surgir duas novas áreas de investigação científica: a teoria das Inteligências Múltiplas e a teoria da Inteligência Emocional. A primeira relaciona-se com o campo teórico-prático do THS: a inteligência interpessoal e a inteligência intrapessoal. A segunda, divulgada por Goleman, onde o autor desenha os vários conceitos e teorias nessa temática e resume as principais investigações sobre o desenvolvimento emocional, relacionando as questões do sentimento e das emoções nas suas ligações com a cognição e o comportamento.

PRETTE, A e PRETTE, Z. (2007). Psicologia das relações Interpessoais Vivência Para o Trabalho em Grupo. SP Brasil: Petrópolis.

Bem-vindos ao RI:AI Contextos Educativos

Este blogue configura o Portfólio a construir e apresentar no âmbito da Unidade Curricular - RELAÇÕES INTERPESSOAIS: Agentes, Intencionalidades e Contextos Educativos (RI-AICE) de Mestrado em Supervisão Pedagógica da Universidade Aberta de Lisboa.

Os objectivos deste Portefólio são os mesmos que presidem à Unidade Curricular:

- Identificar agentes, intencionalidades e especificidades contextuais das interacções em âmbitos educativos e formativos.
- Analisar as relações interpessoais, em contexto educativo, à luz das perspectivas sistémica e dialógica.
- Conhecer dimensões fundamentais do conflito e do bulling, em contextos educativos.
- Conhecer formas de intervenção para uma cultura de convivência em âmbitos educativos.

As competências exigidas ao mestrando no final desta unidade curricular são:

- Identificar matrizes teóricas subjacentes aos diferentes modelos das relações interpessoais, nomeadamente a matriz dialógica;
- Propor esquemas de intervenção no domínio das relações grupais e diádicas entre professores e alunos, em contexto escolar;
- Caracterizar diferentes tipos de conflito e de bulling e de perspectivar estratégias de intervenção diferenciadas e adequadas à especificidade de cada contexto.
Este Portefólio será um espaço privilegiado do desenvolvimento destas competências.

O Roteiro de Conteúdos propostos é:

1- Debates sobre Relações Interpessoais: Afiliação; Vinculação; Padrões relacionais.
2- Abordagem comunicativa das relações interpessoais: Interaccionismo simbólico; Escola de Palo Alto
3- Agentes, intencionalidades e contextos educativos: uma abordagem dialógica das interacções.
4- Conflito e intervenção para o desenvolvimento na e da escola
5- Comunidades, e actividade conjunta em cenários educativos virtuais.

A metodologia proposta nesta unidade curricular faz prevalecer a aprendizagem auto-dirigida, complementada com a aprendizagem colaborativa e grupal. Estas actividades são desenvolvidas dentro de uma plataforma de e-learning e nos diferentes Blogues pessoais, criados para o efeito.
O estudo individual pressupõe a aquisição e leitura crítica dos materiais propostos no âmbito da unidade curricular. A mestranda deverá produzir reflexões pessoais que lhe permitam participar nos grupos de discussão, assíncronos, promovidos no âmbito de cada tema e, ainda, produzir documentos a apresentar quer na plataforma e no espaço da Unidade Curricular, quer no Blogue pessoal.
Assim, este espaço apresenta-se como o reflexo do percurso da mestranda, integrando os resultados da observação das discussões feitas nos fóruns da UC, a reflexão acerca dos temas e das actividades da UC e, em especial, os resultados do trabalho individual de leituras e as pesquisas e reflexões sobre as temáticas e problemas desta área do conhecimento científico.

Leituras Básicas:

- Costa, E.; Matos, P. (2007). Abordagem sistémica do conflito. Lisboa: Universidade Aberta.
- Griffin, E. (2006). A First Look at Communication Theory. McGraw-Hill (6ª ed.)
- Neto, F. (2000). Psicologia Social (vol.II). Lisboa: Universidade Aberta.
- Outros indicados no espaço da Sala de Aula virtual.

Seja Bem-vindo!