sexta-feira, 16 de abril de 2010

Relações Interpessoais: perspectiva sistémica

Quando pretendemos estudar as relações interpessoais na instituição escolar e na família, temos de nos situar numa perspectiva sistémico - desenvolvimental da comunicação, dado que o indivíduo desde que nasce até que morre faz parte integrante de um sistema complexo de relações e é através destas que ele constrói um modelo de si e um modelo do outro que estruturam a sua personalidade. Os pesos e os significados são diferentes consoante são figuras de vinculação ou não. As relações mais importantes acontecem no seio da família e da escola, daqui a sua importância.

Qualquer qualidade desenvolvimental, mesmo que intrapsíquica (considerando que todas elas vão emergindo num processo dialéctico de assimilação e acomodação ao meio - o intrapsíquico desenvolve-se num contexto de interacções e o interpessoal acontece em função da estruturação do primeiro) manifesta-se mais ou menos directamente no contexto relacional, sendo o seu impacto variável em função da relação em causa.
Toda a acção social é comunicação e toda a comunicação é um processo em que relações, identidades, padrões culturais, valores e outros são elaborados e transformados. Comunicar implica o todo contextual proximal e distal (Bronfenbrenner
e Morris, 1998, citado em Costa, 2007) no qual a interacção decorre. Nós compreendemos a nossa experiência em termos de símbolos e significados construídos ao longo da vida e estes são o produto das nossas vivências nas relações com os outros. Quando comunicamos, construímos as nossas realidades que dão forma à nossa comunicação.

Assim, a nossa comunicação é, por si, sistémica, na medida em que afecta e é afectada por uma realidade construída ao longo do tempo.

Costa, E.; Matos, P. (2007). Abordagem sistémica do conflito. Lisboa: Universidade Aberta.

domingo, 4 de abril de 2010